26º Domingo do Tempo Comum
A liturgia da Palavra deste domingo conduzir-nos-á a um entendimento, isto é: “Deus é essencialmente livre ao conceder seus dons”. Isto é, levar-nos-á a afirmar: “Ninguém monopoliza Deus”. As instituições podem provir da iniciativa de Deus; mas o que importa é o uso que delas fazem as pessoas. O Espírito sopra onde quer e não está preso a nenhuma estrutura humana.
Para a primeira leitura é proposto o texto de (Nm 11,25-29). No livro dos Números argüimos a organização e marcha do povo de Deus, rumo à conquista da terra prometida. No caminho desta conquista encontrar-se-á alguns obstáculos, como a falta de comida (Nm 11,4-9).
Outro fato, a ser destacado é a queixa de Moisés, no tocante a conduzir este povo só (v.14), preferindo morrer (v.15). Buscando solucionar este problema, Deus contitui o grupo de setenta anciãos, e põe neles um pouco do espírito de Moisés (v.25). Emerge então, neste contexto o ciúme de Josué, que quer impedir a profecia fora da Tenda. Sugere a Moisés, mandar calar os dois homens que estão fora no acampamento (v.28). Entretanto, de Moisés vem uma resposta que reconhece o profetismo fora da instituição (v.29).
Para o evangelho temos o texto de Marcos (Mc 9,38-43.45.47-48). Também no evangelho aparece a questão, isto é, buscar monopolizar dentro da comunidade a dinâmica do evangelho, e consequentemente, monopolizar o próprio Jesus. Os discípulos de Jesus acreditavam ser eles os únicos responsáveis pela expulsão dos demônios (c.f 3,15), prática que demonstrava a chegada do Reino.
Fazer o mesmo que Jesus fez, como exemplo a expulsão de demônios, não é privilégio dos discípulos. Isto não significa desacreditar Jesus (c.f 9,14-29). Neste contexto, também arguí-se: “O nome de Jesus não pode ser monopolizado”, isto é; Jesus não é monopólio de ninguém (VV. 38-40).
A segunda leitura é da Carta de São Tiago (Tg 5,1-6). Neste pequeno trecho de Tiago encontramos a mais severa condenação dos ricos no Novo Testamento. Aqui são declarados ímpios, isto é, são praticantes da injustiça, em frontal contraste com os pobres, que temem a Deus. Ao praticar a injustiça, os ricos não levaram em conta as normas de Lei que protegia o assalariado (c.f Dt 24,14; Jr 22,13).tornaram-se insensatos, confiando unicamente na riqueza, não se preocupando com a chegada do dia do Senhor (v.5).